domingo, 11 de maio de 2008

Mãe é mãe!!! :-D

Se eu pudesse escolher ser uma mãe, seria como é a minha. Não Dilmara, aquela que um dia Camila se desentendeu, aquela das quais muitas vezes discordei e discordo. Não Dilmara filha, irmã, mulher, amiga, aquela que possui todas as limitações que um ser humano pode ter. Que tem seus defeitos, suas dificuldades. Mas a Dilmara mãe, aquela próxima a perfeição.
A minha mãe é aquela que briga, reclama, manda, chora escondido, luta, se anula algumas vezes, por conta de um único motivo: o amor aos seus filhos. É aquela que sempre acordou cedo para trabalhar, mas não sem antes prepar seus filhos para escola e deixar ras refeições prontas. Ela é daquelas que, mesmo trabalhando longe, sem dirigir, ia para casa rápido na hora do almoço para acompanhar a chegada dos filhos e o almoço deles, mesmo que muitas vezes não desse tempo de almoçar. Minha mãe é aquela que além de estar em todas as reuniões da escola, pagava os altos micos, como se vestir de nega maluca para não deixar que minha equipe na 4ª série perdesse uma gincana, quando todas as mães se recusaram. Ela é aquela que num domingo de chuva torrencial em salvador, saiu a pé - pois não passava carro, ônibus nem nada na paralela - para comprar carangueijo para mim, que grávida de 6 meses desejava loucamente tal crustáceo. Minha mãe é aquela que deixou de trabalhar um tempo para que eu não deixasse de estudar e pudesse ir à faculdade nos primeiros semestres da graduação, quando Mateus era ainda um bebê. Ela é aquela que gastou todas as suas economias para fazer minha festa de 15 anos do jeito que eu queria. É a que não deixava eu chegar em casa depois das 22h, que me deu meu primeiro livro não didático - Pollyana -, que me ensinou o hino nacional, que viajava comigo nas férias para o roteiro que eu escolhia, que deu-me o primeiro videogame, que levou-me ao cinema e teatro pela primeira vez. Minha mãe é aquela que sempre acreditou em mim, não me permitindo duvidar.
Ela era mandona e malvada quando eu era criança: não me deixava tomar refrigerante no almoço, me obrigava a tomar sopa de noite, me levava para tomar injeção durante minhas crises de garganta, me obrigava beber leite todos os dias, me deixava de castigo quando eu desobedecia ou quando maltratava meu irmãozinho.
Ela era chata na adolescência: não me deixava chegar depois das 22h, ir aos shows só acompanhada, me obrigava a ler todos os dias, ligava de 10 em 10 minutos para casa e saber onde eu estava e o que fazia, e quando pude namorar, ela só deixava em que fosse em casa, embora eu desse umas escapulidas de vez em quando.
E mesmo assim eu a desobedeci. De uma dessas desobediências nasceu Mateus. E ela, que poderia ter me virado as costas, ficar magoada por não a ter escutado, ter me repreendido, fez justamente o contrário. Acolheu-me da forma mais amorosa que apenas uma mãe poderia fazer. Me deu força, apoio e segurou na minha mão minutos antes do parto. Pegou no colo meu filho e o abraçou como se fosse seu também. Segurou-o quando eu chorava de pena da dor que ele sentiu ao fazer o teste do pezinho e ao tomar as primeiras vacinas.
E foi só quando Mateus começou a crescer, e que eu pude me ver fazendo muitas das coisas que ela também fez, que eu entendi. Entendi que ser mãe não é dizer sempre sim, é saber dizer não, pois toda vez que uma mãe diz não, ela diz: Eu te amo!
Só quando fui mãe entendi a minha mãe. E agradeci por ela ser minha e por tudo que ela fez. E pedi forças para que eu também pudesse dizer muitos nãos, necessários, ao meu filho. E aí, eu compreendi como uma mãe ama, e posso afirmar que não há amor maior.
Mãe, te amo por você ser minha mãe e por saber que eu sou a pessoa que você mais ama na vida.

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