domingo, 14 de setembro de 2008

Quem mata não merece viver!

É incrível: quando as pessoas conhecidas morrem, tornam-se ainda mais próximas do que são. Quinta-feira uma dessas pessoas se foi, brutalmente assassinada. Não era um familiar, nem um amigo íntimo, sequer amigo pessoal. Mas era importante e familiar de uma pessoa que amo demais, Jana, por isso, a dor é de quem perde um ente querido.
Faleceu da forma mais selvagem, violenta que pode existir: assassinado pelas mãos de um semelhante. Sim, semelhante, pois segundo as leis dos homens, no papel, somos todos iguais e, portanto, semelhantes. Não somos. Não tenho nenhuma semelhança com alguém que mata um ser humano pelo motivo que seja.
Não há razão, explicação para o latrocínio, para o assassinato. Não é compreensível que um homem mate outro homem para lhe tomar o que é seu, o que é de sua família. E não refiro-me apenas aos bens matérias, falo da vida.
Não é admissível que uma pessoa dirija-se cedo para seu trabalho, para administrar seu negócio e que um bandido (por desejar o que é do outro) não permita que essa pessoa volte para casa, que continue sua vida. Isso é selvageria.
Por tudo isso, sou a favor da pena de morte em casos de assassinato, principalmente. Quem mata alguém, automaticamente, abdica do direito de viver. Não há pena que estabeleça justiça nestes casos. Não há medida que apague um assassinato. Mas, repito: quem mata, não tem direito à vida.
Uma família que perde um ente assim, não quer ressarcimento financeiro, não quer prisão. Quer justiça! Que justiça? A única capaz de curar a dor de uma família penalizada por um assassinato é o retorno do ente à vida, e isto não existe. Assim não há justiça que possa ser feita. É uma marca que dura uma vida inteira, que não se apaga, que não deixa de existir. É eternamente doído.
Quando soube do falecimento de Luis, na porta de sua casa lotérica, enquanto trabalhava pelo sustento de sua família na região metropolitana de Salvador, senti como se perdesse um pai, um marido, um filho, um irmão. Senti a dor de sua mulher, seus irmãos, seus filhos, seu neto, sua mãe, seus genros, sogra, cunhados. E sei que nem de perto a minha dor foi do tamanho da deles. Sei que a vida para estas pessoas não será a mesma. Não há como ser.
Foi o pior enterro que já fui em termos de sofrimento coletivo. Eram centenas de pessoas doloridas, inconformadas, tentando confortar a família e sem saber como, sem conseguir fazê-lo. Uma morte por doença, por idade, até por acidente, a gente tenta compreender, buscar motivo, razão, buscamos Deus, Oxalá, Alá. Um assassinato não.
O que me deixa revolta é saber que, muito possivelmente, aquele assassino continua matando e caso venha ser detido, irá onerar o meu bolso, o seu bolso. Terá “casa, comida e roupa lavada”, passará férias, descanso em uma penitenciária – que no Brasil parece colônia de férias.
Devia ser morto. A pena de morte não recupera, mas amedronta e impede que o assassino cometa outro crime. Quem mata não tem direito à vida, não merece viver, deve ser privado de qualquer possibilidade de vida.

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