quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A bahia está pegando fogo!

Estive hoje no sertão baiano. Fazia muito tempo que não ia para o lado de de Feira de Santana, muito tempo mesmo. Fiquei abismada. Primeiro com a falta de estrutura urbana e o desleixo em que encontrei Serrinha. Sim, pois a cidade parece um velho oeste abandonado, uma micro cidade do interior.
Mas o que mais chamou minha atenção foi o calor. Devia está, fácil, fácil, 50 graus na estrada. E olhe que saimos de Salvador as 6h da matina. Na ida fomos de ônibus executivo e o ar condicionado não permiiu que sentissemos o calor do sertão baiano. No entanto, pudemos ver o estado em que está a vegetação local. Simplesmente é quase inexistente. Muitas queimadas provocadas pelo calor, o gado magro, as árvores só em galhos. No meio desta imagem somente os cactus destacam-se onipotentes. Mas, como alegria de pobre dura pouco, foi só chegar na rodoviária e sentir um caldeirão. Muito, muito quente! Me arrependi de não ter levado um chapeu e um protetor solar. Um calor de rachar, dar dor de cabeça, um sol escaldante, nada de vento, nem sinal de água. Só terra e sol.
O campus XI da UNEB (para onde fui) fica atrás da rodoviária, o que ajudou demais minha vida! Contudo, nem tudo são flores, ou melhor, cactus e, na hora de voltar, o sofrimento foi infernal. Resolvemos (eu e Juli) voltar de ônibus comercial, pois o executivo iria demorar 30 minutos. Era meio dia, estavamos com fome (e lá so tinha umas lanchonetes duvidosas), cansadas e doidas para chegar em Salvador (ela queria ficar em Feira e ver o namorido). Foi a pior decisão das nossas vidas. Sem ar condicionado, o calor era simplesmente INSUPORTÁVEL. 3 reais a menos, 30 minutos a menos e um monte de dor de cabeça a mais.
Abri a janela na espera do frescor que há na estrada associada a velocidade do ônibus. Subia um ar estupidamente fervendo. Dava para sentir o calor do asfalto e se um ovo fosse ali colocado, fritava fácil e bonitamente rápido. Rezava para que chegasse rápido, mas quanto mais eu rezava, mas pessoas decidiam colocar a mão para o ônibus parar. Decidi parar de pedir, coloquei o fone do ipod no ouvido, abaixei o banco, abri ainda mais a janela e vim me bronzeando de lá até cá, num calor infernal, vendo a vegetação pegar fogo.
A viagem demorou mais que a ida, chegamos 3h30 em Salvador, sai correndo da rodoviária e só queria encontrar um ar condicionado. Fomos amoçar no shopping ali perto. Entramos...o shopping estava um forno. Acho que o Iguatemi está querendo economizar com a coelba. Desistimos do cinema, do passeio. Fui voando para casa, para meu chuveiro e minha ventilação artificial!
Daí que agora a noite vejo no jornal que a chapada está pegando fogo, também. Uma pena. A chapada diamantina é simplesmente linda. Eu não entendo onde estão as políticas públicas, os governantes que nada fazem. Fim de ano, gente! Todo mundo tendo que gastar verba que ficou guardada, que tal começar por onde precisa???

2 comentários:

PG_Cysneiros disse...

Camila,
Uma das ações para começar a mudar essa devastação - bem maior no Nordeste e no Norte do Brasil - é a conscientização e a organização da população local.
O que o pessoal dos campi da Uneb tem feito?
E as escolas públicas locais?
de Recife, Paulo G. Cysneiros

Camila Santana disse...

Paulo, tudo bem? Eu desconheço a realidade de movimentação local, mas também fiquei curiosa. Sei que existem projetos de pesquisa nas instituições voltadas para discutir a tematica, contudo, nao sei se há uma intervenção pratica direta, o que é fundamental!
Abraços